Lara Galatas
há 2 years ago
Nesse artigo, você aprenderá segunda a metodologia de Peter L Phillips a como criar seu briefing para cada projeto!
É quase sempre uma grande dúvida elaborar um bom briefing para um projeto. Muitas vezes, designers e desenvolvedores acabam se perdendo no processo, e na maior parte delas, a causa é um briefing incompleto. Por esse motivo, decidimos escrever esse artigo. Baseado no livro “Briefing: A Gestão do Projeto de Design”, do autor Peter L. Phillips e na minha pequena experiência como Ui/Ux Designer.
Adiantamos que briefing é o primeiro documento a ser elaborado para uma reunião com parceiros. Ele é utilizado para conhecer seu cliente e conseguir uma análise da marca dele ou o que ele pretende que seja feito.
Um briefing deve conter todo tipo de informação necessária para realização do projeto, tais como: natureza do projeto, análise setorial, o público-alvo, portfólio da empresa, os objetivos do mesmo, informações sobre as etapas de aprovação e avaliação do projeto e para pesquisas.
O briefing te fará evitar erros. Encare-o como o seu maior ajudante, pois é ele que você terá que revisar o tempo todo, tanto por dúvidas em relação ao projeto, quanto para atualizá-lo e conferir se está no caminho certo.
Por esse motivo, vale a pena gastar um bom tempo elaborando-o da maneira correta e tendo uma reunião com seu cliente. O gasto de tempo com alterações durante o desenvolvimento certamente será menor quando o briefing for bem feito.
Se você procurar pela internet, provavelmente encontrará uma infinidade de templates e modelos prontos para seu briefing. Eles podem funcionar até certo ponto, para alguns projetos específicos. Entretanto, o briefing deve sempre ser alterado, de acordo com as necessidades e propósitos de seu cliente.
Por exemplo: suponha que você desenvolva um projeto de brand design e outro para desenvolver a interface de uma plataforma. Caso utilize o mesmo formulário de briefing para ambos, ele funcionará, mesmo sendo trabalhos distintos? A resposta certamente é não.
As informações coletadas são completamente diferentes entre um projeto e outro, e muito provavelmente não fará o menor sentido pedir o portfólio de uma marca que será desenvolvida por você (enquanto que, no caso do desenvolvimento de um produto para uma empresa, pedir o portfólio é essencial para criar o design do mesmo e adequar aos outros produtos oferecidos por ela).
Embora não exista um template pronto que se adeque a tudo, o seu briefing pode se basear em alguns “guias” de questões, e passar por várias etapas mais específicas na elaboração dessa “entrevista” com seu cliente.
No capítulo 3 do livro “Briefing: A Gestão do Projeto de Design”, o autor Peter L Phillips explica de uma forma extremamente detalhada, contando as experiências que ele teve em cada uma das especificações da documentação. Ele nos mostra uma espécie de “guia”, para quem não faz ideia do tipo de pergunta que se deve fazer. Eu gostaria de citar algumas aqui.
Peça uma lista detalhada com todos os produtos da empresa de seu cliente. Seu projeto deve se adequar a eles e seguir um certo padrão. Não tenha medo de perguntar sobre o preço,qualidade e pontos fortes deles. Esse conhecimento é de suma importância para o projeto e em como você lidará com a padronização ou até mesmo a melhora de qualidade dele.
É crucial conhecer quem são os concorrentes do seu cliente. Só assim você terá uma base do que deve ou não ser feito.
Pergunte sobre quem são os concorrentes, o que eles possuem de diferente, quais os pontos fortes e fracos em relação às outras empresas, o que agrada e o que não agrada, o que convém a mudar e o que pode permanecer o mesmo.
Estratégias da empresa
Anote quais estratégias a empresa está utilizando para envolver o público alvo.
Nem sempre o responsável pelas respostas saberá o que dizer. Por esse motivo, aqui na Armitage, nós utilizamos uma espécie de “Quadro de Pontuações”, para guiar o cliente em sua resposta. Ele pontua em uma escala de 0 a 9 na medida que sua empresa foca nas estratégias que sugerimos, sendo 0, pouco foco e 9, um grande foco.
Dentre as estratégias estão: preço, qualidade, inovação, exclusividade, valor e apelo ecológico.
Costumamos perguntar também sobre os meios de comunicação utilizados pela empresa, sua filosofia por trás dos negócios e sua missão.
Aqui você deve se empenhar ao máximo. Falar a linguagem do público de seu cliente é o melhor método de atingir seus objetivos e desenvolver algo funcional, tanto aos negócios quanto ao cliente final. Pergunte sobre tudo de forma específica, como a faixa-etária, as diferenças e semelhanças regionais, culturais e entre o público, o nível de escolaridade, quais os hobbies que eles costumam ter, o nível de renda, as ocupações e preocupações do público-alvo.
Não aceite respostas genéricas como “homens e mulheres de todas as idades”. Faça seu cliente descrever de maneira clara como o público dele se comporta, e caso ele não saiba responder, faça você mesmo uma pesquisa e apresente para ele.
Peça um envio de todos os elementos utilizados por ela, anexe fotos ao arquivo, peça pela tipografia utilizada por ela, uma amostra de todos os seus produtos ou serviços para entender melhor como ela trabalha, peça para que seu cliente expresse com clareza qual a experiência ao adquirir o produto dela. Em especial, essa última parte da experiência pode agregar muito em seu desenvolvimento. Pensar em passar essa sensação através de códigos ou elementos de design faz total diferença na hora de produzir e criar.
Descreva cada uma das fases do projeto, qual o tempo previsto e peça também pelo conhecimento do orçamento disponível para o mesmo. Pergunte quais os recursos humanos serão utilizados e quem serão os responsáveis pela aprovação do projeto.
Entenda quais serão os critérios para medir o sucesso do projeto mediante à implementação do mesmo, pergunte qual será o primeiro objetivo da empresa a partir do momento que o projeto estiver em mãos.
Dê exemplos de formas para avaliar, caso seu cliente não tenha conhecimento das possibilidades.
Mesmo após o briefing ter sido tão específico, é possível que seu cliente não tenha fornecido todas as informações que ele queria, ou que você precisa. Lembre-se de deixar um espaço para os anexos e todo tipo de informação adicional que possa servir para pesquisas futuras. Como o lançamento de novos produtos ou avanços tecnológicos.
Talvez este artigo possa te dar a falsa impressão de que você sabe de tudo sobre briefing, mas essa é uma versão resumida de todo o conhecimento passado no livro. Nós da Armitage Web o recomendamos pois ele foi um dos carros chefes para a elaboração do nosso guia de Briefing. Sempre relemos a documentação original e pensamos o que precisamos acrescentar ou mudar, para adequar ao produto a ser desenvolvido.
Por fim, boa sorte ao desenvolver seu briefing e não sinta medo de gastar tempo nele.